Ocorrido no fim do século XIX, o caso Dreyfus extrapolou os tribunais e se tornou um grande conflito social que dividiu a França. Uma trama judicial com contornos de thriller de espionagem expôs à sociedade o antissemitismo do estado e mobilizou juristas e intelectuais de todo o mundo, incluindo o brasileiro Ruy Barbosa. Esta é uma das cartas enviadas por Barbosa ao Jornal do Commercio no período em que esteve autoexilado na Inglaterra, em 1895. No documento, Barbosa faz uma brilhante defesa do oficial judeu Alfred Dreyfus, falsamente acusado de traição pelo Estado francês. Entusiasmado defensor do sistema judicial inglês, Ruy Barbosa enxergou no caso um vigoroso exemplo de seus argumentos. Uma das primeiras vozes a se erguerem contra a decisão, destacou os erros cometidos pelo tribunal francês que culminaram na prisão injusta de Dreyfus. Além de documentar os desdobramentos de um dos maiores erros jurídicos da história europeia, O processo do capitão Dreyfus é a demonstração do brilhantismo e do poder de argumentação de um dos maiores expoentes do direito brasileiro.
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978-65-5660-019-2 (9786556600192)
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Ruy Barbosa (1849-1923) é reconhecido como um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX e figura central na modernização do país. Desde o envolvimento com a causa abolicionista, passando pela consolidação da Nova Constituição e da República, até a reforma do ensino e a candidatura à presidência do país, Ruy Barbosa constitui figura ímpar na História do Brasil e, sobretudo, em sua atuação no Direito. Foi proeminente como jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador. Ocupou o posto de primeiro-ministro da Fazenda da república brasileira e foi membro fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras.
Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy é livre-docente da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), professor visitante na Faculdade Nacional de Nova Delhi (Índia), na Universidade de Berkeley (EUA), na Universidade de Pretória (África do Sul) e no Instituto Max-Planck, de Frankfurt (Alemanha). Ph.D. em Direito Comparado pela Universidade de Boston, em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Literatura e em História do Direito (ambos pela UnB). Foi procurador da Fazenda Nacional (1993) e procurador-geral adjunto da Fazenda Nacional (de 2015 a 2016). Vencedor do prêmio Capes de melhor orientação de tese em Direito (2018).
